Entrevista Sofia Ribeiro: Dia Nacional de Prevenção do Cancro da Mama

Entrevista Sofia Ribeiro: Dia Nacional de Prevenção do Cancro da Mama

No Dia Nacional da Prevenção do Cancro da Mama juntamo-nos ao movimento Outubro Rosa para sensibilizar a população quanto à importância da prevenção no combate ao cancro da mama.

Na entrevista que se segue, pretendemos alertar não só para a importância do rastreio mas também reforçar que há vida depois de uma doença oncológica e que essa “nova vida” pode ser 100% mais gratificante.

Sofia Ribeiro, embaixadora da BodyConcept, dá o seu testemunho após ter conseguido ultrapassar esta situação limite e a forma como a mesma mudou a sua vida para melhor!

A nossa embaixadora tem sido um dos maiores exemplos para as mulheres que têm travado a luta contra o cancro da mama. A Sofia mostrou a todas as outras mulheres pelo que passou, os tratamentos que fez e como o corpo ficou após os mesmos, alertando diariamente para importância de um rastreio precoce e mostrando que estes momentos menos bons podem ser incentivadores para mudar de vida de uma forma leve e positiva.

 

Qual foi a importância do rastreio para a Sofia?

Dou a maior importância à prevenção que passa naturalmente pelo rastreio. Está mais que provado que na maior parte dos casos, detetar numa fase inicial é mais que meio caminho para um final feliz. No meu caso foi assim. Fui eu que detetei numa palpação que já fazia recorrentemente. Sei que nem sempre os sinais são fáceis de ler, ou que por exemplo, em muitos casos também não há sinais, mas por isso mesmo é que é fundamental fazer os exames de rotina pelo menos uma vez por ano.

 

Que conselho daria a uma mulher que está a passar por um cancro da mama?

O mesmo que dizia a mim todos os dias.

Para ser forte, acreditar que isto é só uma fase menos boa e que vai passar. E que por mais difícil que seja, que é, que tente não se ir abaixo. Que mantenha a alma leve e o sorriso. Que se agarre às coisas boas que já viveu e que ainda tem para viver.

Que ter cancro não é nem pode ser visto como uma sentença de morte.

Que coma bem, de forma mais saudável porque vai precisar de todos os reforços para o caminho que aí virá, mas sossegue o coração e foque-se em ficar bem.

Costumo dizer que metade do tratamento de qualquer doença é dos médicos a outra é nossa e passa por tudo isto que referi.

Vários estudos dizem que o negativismo é um péssimo companheiro para ter por perto na vida, muito mais numa fase de recuperação.

 

O que mudou na Sofia após vencer a doença?

Não há como passar por uma situação limite e ficar tudo igual. Nada nunca mais será igual e no meu caso acredito que ainda bem, porque tenho para mim que a mudança foi para melhor.

Passei a tomar melhores decisões para a minha vida e consequentemente para a minha saúde. Procurei adaptar hábitos mais saudáveis, praticar mais exercício físico. Aprendi a ouvir o meu corpo, a saber parar, desligar e descansar.

Ganhei mais confiança em mim, naquilo que vejo, sou e que procuro para mim.

Costumo dizer que depois de ter passado pelo que já passei são poucas as coisas que me despenteiam. Penso que quem consegue enfrentar esta doença, consegue o que quiser.

No fundo esta doença veio para mim para me reorganizar, veio para eu aprender a gostar mais de mim, dos meus e o que me rodeia.

Veio para eu passar a acordar e deitar-me todos os dias grata por mais um dia.

 

Há uma Sofia antes e depois da doença?

Eu sou a mesma mas acredito que mais desperta, com os sentidos e os valores mais apurados. Mais focada no que realmente tem importância, menos superficial e mais agradecida a cada momento.

 

Qual acredita ter sido a maior aprendizagem que retirou deste momento da sua vida?

Foram várias as aprendizagens, mas a maior de todas talvez tenha sido ter a certeza que tudo muda num minuto. Por isso é vivermos o melhor que pudermos e soubermos.

É não nos negligenciarmos, é rodearmo-nos de amor. Porque no fim de contas é só isso que importa. Por isso é que digo e acredito mesmo, que o amor cura.

 

Acredita que “nada acontece por acaso”?

Acredito sim. Cada vez mais. E acredito que se não fizer sentido hoje um dia irá fazer.

Que as respostas que precisamos acabam sempre por chegar. Temos é que estar atentos para as saber compreender.

Apesar de ter tido cancro da mama há relativamente pouco tempo, de ainda fazer medicação, aprendi, cresci muito e os obstáculos tornaram-se oportunidades. Tudo na minha vida teve e tem uma razão de ser e de acontecer.

Uma delas é por exemplo fazer uso da minha voz pública para despertar para o tema, desmistificando e falando abertamente das coisas porque só assim se quebram tabus. Tentando alertar para a prevenção e ajudar de alguma forma quem passa ou passou pelo mesmo.